O bispo de Itabira – Coronel Fabriciano, Dom Marco Aurélio Gubiotti, concedeu uma entrevista coletiva nesta terça-feira (22) sobre a morte do Papa Francisco. O encontro aconteceu no Santuário São Geraldo Magela, no bairro Esplanada da Estação, em Itabira. Ao seu lado, estava o padre Ueliton Neves, assessor de comunicação da Diocese. Acima de ambos, estava fixada uma fotografia de Francisco, e atrás, havia uma bandeira do Vaticano.
O bispo e Francisco
Ele revelou haver se encontrado por três vezes com o Papa Francisco, a primeira, ainda durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013, quando ambos celebraram a Missa na Basílica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em Aparecida (SP). No mesmo ano, em meio a 115 colegas, Dom Gubiotti encontrou-se com Francisco no encerramento de um curso para novos bispos.
Conforme Dom Marco Aurélio, a última oportunidade foi em 2022, durante a sua visita ad limina, o encontro regulamentar entre um bispo e o Papa. Dessa reunião, que contou com cerca de 30 prelados, o itabirano destacou o ambiente de hospitalidade e escuta por parte dos responsáveis da Cúria. O próprio Francisco pediu que se rompesse o protocolo: “Eu não irei discursar, e peço para quem está responsável que não leia o seu discurso. Nós aremos duas horas conversando como irmãos”.
Dom Marco Aurélio renovou as palavras de estima dirigidas ao Vigário de Cristo: “Sempre me senti muito próximo do Santo Padre. Durante esse tempo, rezei por ele todos os dias”. Ele ainda destacou que Francisco não foi o primeiro Papa a se preocupar com os esquecidos da sociedade, o que é uma obrigação para todo o clero, mas teve uma postura muito coerente com o Evangelho e com Cristo: “Ele não fala conosco como um mestre, mas fala conosco como um irmão”. Dom Gubiotti lembrou que, quando arcebispo, Jorge Mario Bergoglio usava transporte público para visitar as favelas de Buenos Aires.
Dom Marco Aurélio Gubiotti pediu que as paróquias da diocese rezassem Missas em sufrágio da alma do Santo Padre, o que já tem ocorrido desde essa segunda-feira (21), dia do falecimento do pontífice.
O novo Papa
Dom Marco Aurélio afastou-se de “torcidas” por algum cardeal em específico, instando os católicos a, em lugar disso, orarem pelo pontífice a ser escolhido: “Que, acima de suas preferências humanas, [os cardeais] sigam a orientação do Espírito Santo de Deus, e que escolham aquele cardeal que melhor tem condições de assumir o pontificado”.
O bispo de Itabira – Coronel Fabriciano usou as figuras dos Apóstolos Pedro e Paulo para destacar que o melhor perfil une o rigor doutrinário e o zelo pastoral: “Graças a Deus, a Igreja possui quadros muito qualificados. É preciso um homem sábio, que seja provado em sua vida ministerial”. Dom Gubiotti destacou algumas características que o novo chefe da Igreja precisa possuir: a santidade, a sabedoria, a firmeza nas decisões, a coragem de obedecer a Deus: “Para Jesus fazer a vontade do Pai, significou assumir livremente a Cruz”.
Quando questionado se tinha algum preferido em especial, Dom Marco Aurélio afirmou não ter qualquer conhecimento sobre a maioria dos cardeais. O líder da Igreja em Itabira afirmou ter contato apenas com os purpurados brasileiros: “O cardeal Bergoglio, por exemplo, era um nome que eu nunca havia conhecido”
Ao encerrar a coletiva, o bispo de Itabira reforçou seus votos para que o conclave faça a melhor escolha: “Não gosto, e procuro não ficar na torcida. Procuro incentivar a esse espírito de esperança de que o Espírito Santo consiga iluminar a mente e o coração dos cardeais para que escolham o homem certo. No caso de Francisco, tenho a certeza de que ele foi escolhido muito acertadamente”.